Operação Roraima intensifica presença militar na região amazônica.
O Exército Brasileiro concluiu o envio de 28 blindados para o estado de Roraima, como parte da Operação Roraima, visando reforçar a segurança na fronteira com Venezuela e Guiana. A medida foi adotada em resposta à crescente tensão entre os países, impulsionada pela disputa territorial em torno da região de Essequibo.
Aumento de efetivo e reestruturação da unidade militar
A transferência dos blindados para o norte do país é parte integrante do projeto que visa aumentar em 10% o efetivo de tropas no Comando Militar do Norte e no Comando Militar da Amazônia. A estrutura da unidade militar em Roraima está sendo ampliada, transformando-se de esquadrão para regimento, com previsão de conclusão total em 2025.
Percurso e composição do comboio militar
Os 28 blindados, originários de Campo Grande (MS), percorreram mais de 3,5 mil quilômetros, chegando a Manaus na semana passada, antes de serem deslocados para Roraima. O comboio incluiu 14 Viaturas Blindadas Multitarefa (VBMT) 4×4 Guaicurus, equipadas com sistemas de armas remotamente controlados, e oito Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal Médio sobre Rodas (VBTP-MR) Guarani, entre outros veículos.
Tensões e disputas territoriais entre Venezuela e Guiana
O deslocamento estratégico das tropas ocorre em meio à escalada de tensões entre Venezuela e Guiana, originada pela disputa do território de Essequibo. Em dezembro do ano passado, os eleitores venezuelanos aprovaram, em referendo, a incorporação de Essequibo, que compreende 75% da atual Guiana. A região, alvo de controvérsias desde o século 19, foi concedida à Grã-Bretanha em 1899, mas a Venezuela nunca reconheceu essa decisão.
Acordo de Genebra e mediação brasileira
O Acordo de Genebra, intermediado pelas Nações Unidas em 1966, estipula que a região ainda está “por negociar” desde a independência da Guiana. Com potencial significativo de recursos, estima-se que a área contenha bilhões de barris de petróleo. Em dezembro de 2023, os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, comprometeram-se a não usar a força para resolver a controvérsia, com a mediação do Brasil. Uma nova reunião entre os líderes está programada para março deste ano para dar continuidade às negociações, noticiou a Agência Brasil.