O ministro da Economia, Paulo Guedes, negou que tenha pedido demissão do cargo mesmo após uma série de pressões. Em resposta a pergunta da reportagem do Portal Metrópoles, nesta sexta-feira (21/10), o ministro frisou: “Em nenhum momento, eu pedi demissão. E nem o presidente [Jair Bolsonaro] me pediu isso“, destacou.
A pasta enfrenta uma grave crise após pressões envolvendo o pagamento do Auxílio Brasil, programa social substituto do Bolsa Família.
O estopim foi o pedido de demissão coletivo de quatro secretários do alto escalação da equipe econômica, depois que o governo decidiu fixar o benefício em R$ 400 e furar o teto de gastos.
Ao longo da semana, entreveros entre a equipe econômica e a ala política movimentaram os bastidores do Palácio do Planalto. Na tentativa de estancar a crise, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esteve na sede da pasta, em Brasília, para conversar com Guedes.
O respeito ao teto de gastos evita que o governo seja acusado de desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Por fim, Guedes defendeu o pagamento do Auxílio Brasil. “Deixa gastar um pouco mais, também se for o caso, o Brasil roda em cima do modal rodoviário”, frisou.
Entenda o caso
Sem definição sobre a fonte de recursos, o governo federal pretende pagar R$ 400 para 17 milhões de famílias de baixa renda atendidas pelo novo Bolsa Família. O programa social deve custar aos cofres públicos R$ 84,7 bilhões em 2022.
Para a equipe de Guedes, o custeio do Auxílio Brasil deve vir da aprovação do projeto de reforma do Imposto de Renda, que prevê a taxação de dividendos. No entanto, o relator da proposta no Senado, Angelo Coronel (PSD-BA), afirma que vai retirar a tributação do texto.
O arremate do programa social coincide com a disparada da inflação, que é o aumento de preços e do empobrecimento das famílias brasileiras.
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