O recente Boletim Mapa das Empresas do Governo Federal, referente ao segundo quadrimestre de 2022, mostrou que os Microempreendedores Individuais (MEIs) são responsáveis por 58,8% dos negócios ativos no país. Além disso, representam 76% das empresas abertas entre os meses de maio e agosto.
Em números, significa que, neste período, 1.049.439 de novos negócios de porte MEI iniciaram as atividades no país. Agora, são quase 12 milhões de profissionais atuando por conta própria no Brasil. Em Minas Gerais, eles representam 99% da força econômica, 57% dos postos de trabalho e 41% da massa salarial, segundo o Sebrae Minas. Ao todo, são 1,5 milhão de microempreendedores individuais em todo o estado. Já na capital mineira, são mais de 260 mil empresas que atuam na modalidade MEI. Belo Horizonte é o município mineiro onde mais empresas se formalizam.
O recente Perfil do MEI 2022, elaborado pelo DataSebrae, revelou ainda que para 78% dos MEIs, a atividade representa a única fonte de renda e para 37% é de onde sai o sustento de toda a família. Apesar do alto índice de indicação, já que 82% dos MEIs em atividade recomendam o registro como microempreendedor individual para amigos e conhecidos, ainda há algumas barreiras e dores que precisam ser sanadas entre a categoria.
Conforme revela o Perfil do MEI, os pontos principais que esses profissionais desejam aprender são: orientação ao crédito: 33%,controle financeiro: 32%,propaganda e marketing:29%,uso de redes sociais: 21%, atendimento ao cliente: 17%, e·melhoria do produto/serviço: 12%
“Nos dois últimos anos, o micro empreendedorismo individual foi a alternativa para milhões de brasileiros conseguirem emprego e renda. Entretanto, a capacitação desses profissionais não acompanhou a velocidade do surgimento desses negócios”, analisa o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva.
Ainda segundo o dirigente, a falta de capacitação e noções de gestão são a principal causa da mortalidade entre as jovens empresas. “Tanto os MEIs quanto as empresas de micro e pequeno porte apresentam taxa de mortalidade acima dos 20% nos cinco primeiros anos. Esses índices são reflexos da falta de capacitação desses profissionais e também da dificuldade de acesso a recursos financeiros e orientações”, detalha o presidente da CDL/BH.
Apoio
Em Belo Horizonte, por exemplo, o SOU MEI, uma iniciativa da CDL/BH em parceria com o Sebrae Minas, oferece apoio e soluções para os MEIs da capital e Região Metropolitana.
“É um serviço acessível, com mensalidade menor do que o valor de um cafezinho por dia. Nesse programa, os microempreendedores têm acesso às linhas de créditos de instituições como Sicoob Divicred e Gyra+. Em parceria com o Sebrae Minas realizamos mentorias, cursos e trilhas de conhecimento. Colocamos à disposição dos MEIs os setores jurídico e institucional da entidade para esclarecer dúvidas e prestar orientações”, descreve Marcelo de Souza e Silva.
“O MEI é a categoria empresarial que mais cresce em todo o país. Contudo, para garantir a sustentabilidade dos negócios, quem é microempreendedor precisa amparar sua atividade em bases profissionais”, alerta o diretor de Operações do Sebrae Minas, Marden Magalhães.
O SOU MEI também oferece certificado digital gratuito, planos de saúde a preço diferenciado, parceria com instituições de ensino, laboratório e soluções para redução de custos operacionais, como uso de energia solar que reduz a conta de luz.
O presidente da CDL/BH destaca que, apesar do expressivo número de MEIs em atividade, a maioria desconhece seus direitos e obrigações. De acordo com o Perfil MEI 2022, 54% dos MEIs já deixaram de quitar alguma guia DAS (contribuição mensal) e 49% não sabem a consequência do não pagamento. “Grande parte dos empreendedores não sabe a importância de manter em dia o pagamento da contribuição mensal. Em caso de inadimplência ele pode perder ou ter dificuldade de acesso a benefícios como auxílio maternidade, INSS, cancelamento do CNPJ e dívida transferida para o CPF”, alerta Souza e Silva.
Para evitar que problemas como esse prejudiquem o crescimento dos pequenos negócios, o SOU MEI oferece assistência administrativa. “O objetivo é fazer com que os microempreendedores criem uma base administrativa consolidada, alerta e eficiente para que o maior foco seja o crescimento econômico e sustentável desses negócios”, enfatiza o presidente da CDL/BH.
Recursos financeiros
Acesso facilitado às linhas de crédito é uma das barreiras enfrentadas pelos microempreendedores individuais. Para amenizar esse problema, o SOU MEI é parceiro de importantes instituições financeiras que colaboram para melhor acessibilidade a recursos como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
As empresas parceiras do SOU MEI, Sicoob Divicred, Gyra + e Junior Achievement, oferecem condições especiais como prazo de 48 meses para pagamento, taxas reduzidas, cashback e mensalidade 90% mais barata que a praticada.
“Queremos gerar maior competitividade aos micro empresários, que poderão ampliar seus negócios ou investir para crescer no mercado, através do microcrédito e outras linhas de crédito mais acessíveis e justas”, explica o presidente da Divicred/Sicoob, Urias de Sousa.