As marcas deixadas pela Covid-19 em jogadores de alta performance

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Divulgação / América

Mesmo com alguns desfalques no jogo de domingo, o América-MG, venceu o time do Ceará por 2×0. O clube de Minas afirmou testagem positiva para a Covid-19 em dez jogadores. Dentre eles estão o goleiro Airton, o zagueiro Eduardo Bauermann, o lateral Diego Ferreira, o meia Bruno Nazário e o atacante Rodolfo, que já se encontravam em quarentena. A assessoria do clube informou que espera contar com todos os jogadores no dia 11 de setembro, para partida contra o Athletico Paranaense.

Mas, a principal dificuldade do departamento médico, não apenas do América mais de todos os clubes brasileiros, é confirmar a volta 100% do jogador que contrai o vírus. Principalmente, pela perda do condicionamento físico, pensando que o atleta pode ficar até 15 dias sem acompanhamento e treinos intensos que o mantém em alta performance.

Acostumado a trabalhar com jogadores de futebol em pré-temporada e ao longo do ano, o preparador físico Eudes Pedro, do Atlético-MG, afirma que por se tratar de uma doença que não existia, a dificuldade foi ainda maior. Surgiu a necessidade de um trabalho em equipe com fisiologistas, médicos, preparadores físicos, nutricionistas e técnicos para entender como ela afetava o corpo do atleta.

“Os jogadores relataram que se encontravam fracos, indispostos para a atividade física e técnica, e alguns até com dificuldades respiratórias.  Essa retomada das atividades tem que ser gradativa e sempre monitorada pelo departamento médico e fisiológico.” — Eudes Pedro.

Não importa se o caso foi assintomático ou se desenvolveu a doença de forma leve, ou grave. Ainda assim haverá algum comprometimento, mesmo que de forma mais moderada.

“Atletas assintomáticos tiveram poucas perdas físicas, perdendo um pouco da sua condição de jogo. Já os sintomáticos, as perdas físicas foram grandes, pois não conseguiam realizar na quarentena qualquer tipo de atividade. O corpo se encontrava com comprometimento respiratório, e com indisposição a atividade física.” — Eudes Pedro.

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César Greco/Palmeiras

Pra quem acredita que ser atleta te impede de ter danos físicos pela doença está muito equivocado, a atividade física é muito importante na vida de toda população, entretanto, no caso do atleta profissional, a história pode ser diferente.

Uma vez que, o treino diário cerca de 6 a 8 horas por dia, aumenta a ventilação alveolar e diminui os níveis de anticorpo IgA, que torna maior o risco de infecção viral no trato respiratório. E esse é só um dos efeitos que foram estudados através de pesquisas em atletas.

O jogador do Galo, Alan Franco, contraiu o vírus em 14 de novembro de 2020, e demorou meses pra conseguir recuperar sua forma física e psicológica. Ainda não se sabe ao certo as causas dessa demorada evolução no tratamento pós-covid, porém fisiologistas do clube afirma que pode ter sido por conta do tempo longo em isolamento. Mas, era possível perceber comprometimento na condição física do atleta.

“Alguns atletas têm dificuldade de recuperar a parte física e demoram mais tempo do que o normal. Existem vários jogadores que antes de pegar Covid tinham um nível físico muito mais elevado, esses jogadores demoram bastante, dependendo do caso, a voltarem para sua alta performance.” — Eduester Lopes — Fisioterapeuta do Cruzeiro Esporte Clube.

 É importante a conscientização dentro dos clubes, pois mesmo não fazendo parte do grupo de risco e estando vacinados, o vírus é perigoso e afeta diretamente o jogador que depende do seu corpo em alto nível.

“Existe até uma síndrome que está sendo estudada agora que se chama Síndrome pós-covid. Estudos são realizados no sistema cardiovascular e respiratório, que são os mais afetados. Então toda vez que os jogadores voltam eles passam por uma bateria de testes e exames minuciosos, que podem contribuir para esse tipo de estudo.” — Eduester Lopes — Fisioterapeuta do Cruzeiro Esporte Clube.

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As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do portal Balcão News.

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