Avanço da técnica permite operar a catarata em sua fase inicial e corrigir erros refrativos

Coluna Dr. Leonardo Gontijo
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Se você tem mais de 50 anos, possivelmente escutou em algum momento da sua vida que a catarata deve ser operada apenas quando estiver “madura”, ou seja, quando o cristalino estiver enrijecido. É que no passado a técnica empregada era diferente, retirava-se o cristalino inteiro, os riscos de complicações eram maiores, sem garantia de um resultado satisfatório, por isso os oftalmologistas aconselhavam postergar o procedimento até que a visão estivesse severamente comprometida. 

Com os avanços da tecnologia, a cirurgia atual de catarata é mais segura, mais rápida – leva cerca de 20 minutos ante 1 hora da precedente –, indolor e traz um resultado superior. Diferentemente da abordagem antiga, não há cortes, é feito um furo mínimo que não exige sutura, a anestesia não é infiltrada por injeção, usa-se colírio anestésico. Também não é necessário internação hospitalar, o oftalmologista realiza o procedimento em clínica com bloco cirúrgico, sendo ainda um ambiente menos suscetível a infecções, pois não são feitas cirurgias de outras áreas da medicina. Cerca de duas, três horas depois o paciente pode ir para casa.

Interessante observar que as lentes intraoculares para correção da catarata evoluíram significativamente. Há cerca de 30 anos não havia essa tecnologia, então era necessário usar óculos grossos para compensar sua ausência e impedir o deslocamento do vítreo para a parte da frente do olho. Pouco depois, veio a primeira geração de lentes, com qualidade inferior às de hoje, de tamanho maior, exigiam um corte maior, geravam problemas de opacificação, não dobravam e não se alojavam adequadamente dentro do olho. Já as lentes modernas são dobráveis, multifocais, vêm com correção de astigmatismo, presbiopia, hipermetropia ou miopia e com filtros especiais.

O pós-operatório mudou drasticamente. Antes, o paciente tinha que ficar deitado de costas com a cabeça e os ombros ligeiramente elevados durante três a quatro dias, evitar mexer-se e abaixar-se. Com a chegada das lentes intraoculares, o paciente pode sentar-se, ler, ver televisão, deve apenas evitar movimentos bruscos, não fazer esforço, nem molhar os olhos durante o banho nos primeiros sete, dez dias. Passado esse período, vida normal.

Por tudo disso, uma pequena disfunção do cristalino junto a grau elevado de miopia, hipermetropia ou astigmatismo, e um incômodo em usar óculos, são condições que permitem operar a catarata precocemente para restabelecer a qualidade da visão.

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