(Dr. Leonardo Coelho Gontijo, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais, especialista em córnea, catarata e cirurgia refrativa).
Os nossos olhos são capazes de ajustar o foco da visão graças à musculatura ciliar que fica atrás da íris. Quando visualizamos objetos, pessoas e coisas mais distantes, esse músculo relaxa, já quando vemos imagens mais próximas de nós, ele se contrai. Esse mecanismo de contração do músculo ciliar para enxergar mais de perto é conhecido como acomodação visual, uma capacidade que vai diminuindo com o passar dos anos e culmina na “vista cansada” ou presbiopia.
Por isso, a presbiopia é uma condição diretamente relacionada à idade avançada. Crianças conseguem olhar para um objeto muito perto do seu rosto sem sentir qualquer desconforto. A partir dos 35 anos, o músculo ciliar começa a perder a capacidade de ficar contraído diversas horas por dia; nessa fase é quase impossível olhar para a tela de um computador por muitas horas seguidas sem sentir uma leve dor de cabeça, fadiga visual ou visão borrada.
Depois dos 40 anos, a musculatura ciliar fica mais rígida ainda e, com isso, ainda menos eficiente, gerando a necessidade de usar óculos de leitura. Aos 60 anos o músculo ciliar perde definitivamente a função de se contrair, logo a presbiopia se estabiliza, mas o paciente passa a depender 100% dos óculos.
Portanto, entre os 40 e 60 anos o grau das lentes para vista cansada progride, e a recomendação é trocá-lo, em média, a cada dois anos ou sempre que começar a sentir desconforto visual e dores de cabeça, o que será definido somente após uma avaliação do oftalmologista. Para o presbita que também é míope, ao remover os óculos é possível ter uma boa visão de perto.
Como uma alternativa ao uso dos óculos, disponibilizamos diferentes estratégias para correção visual da presbiopia, entre elas, o uso de lentes de contato; técnicas modernas de cirurgia a laser; substituição do cristalino transparente com implante de lente intraocular especial; ou uso de colírios com efeito de redução do diâmetro pupilar. Todas essas são boas estratégias para a independência dos óculos, mas deve-se considerar o perfil de cada paciente, associado a uma avaliação cuidadosa, para entregar a melhor opção individualizada.
Dr. Leonardo Coelho Gontijo
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