Doenças reumáticas podem comprometer a visão
Você sabia que o oftalmologista pode ajudar a identificar uma doença sistêmica que o paciente nem imaginava ser portador através de exames como o de fundo de olho? Algumas patologias não provêm dos olhos, mas podem comprometer a visão, como as enfermidades reumáticas, que afetam quase 15 milhões de brasileiros e representam um grupo de mais de 120 doenças, segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Grande parte delas são autoimunes e podem causar dois problemas oculares: olho seco (disfunção lacrimal) e uveíte. A síndrome de Sjögren (também denominada de exocrinopatia autoimune), artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico são as condições reumáticas que mais induzem ao olho seco, cujos principais sintomas são coceira, ardor, fotofobia, sensação de areia e de cisco permanente nos olhos. De diagnóstico complexo, a exocrinopatia autoimune exige uma série de exames, até mesmo biópsia, por isso é comum que o reumatologista encaminhe seu paciente ao oftalmologista para avaliar se os sintomas oftalmológicos descritos acima reforçam ou não a presença da síndrome de Sjögren, como também para tratar o olho seco.
Colírios, compressas quentes e uso de suplementação com ômega 3 ajudam a aliviar os desconfortos da disfunção lacrimal, mas em muitos casos é necessário recorrer a tecnologias como luz pulsada, lipiflow (sistema de pulsação térmica) ou a mais recente, jett plasma (jato de plasma elétrico).
Já a uveíte – inflamação da íris – causada pelo outro grupo de doenças reumáticas autoimunes caracteriza-se por dor difusa não específica, sensação de pressão no olho, vermelhidão, fotofobia, lacrimejamento, embaçamento da visão: o paciente tem a impressão de que há uma fumaça no olho. Em Belo Horizonte, há poucos oftalmologistas especialistas em uveíte, cujo tratamento poderá consistir em uso de dilatador de pupila, corticoides orais, às vezes em altas doses e por um tempo prolongado, e antibióticos orais.