(Dr. Aquiles Gontijo, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais e da Santa Casa BH, especialista em retina cirúrgica, catarata e uveíte).
Embora seja um belo espetáculo de luzes e cores para celebrar a virada do ano, a queima de fogos de artifício exige cuidados e responsabilidade para não virar um pesadelo. O último relatório do DATASUS aponta que até setembro deste ano foram registradas no Brasil 255 internações hospitalares e oito mortes decorrentes de acidentes com fogos de artifício.
Na visão, as principais consequências do uso inapropriado do artefato são lesões de córnea e pálpebra e cegueira. Em casos brandos, as faíscas e a pólvora detonada durante a explosão podem acarretar vermelhidão, irritação, ardência, coceira e conjuntivite.
Em quadros severos, a explosão próxima dos rojões, com ou sem estilhaços, pode provocar queimadura química e térmica, de primeiro, segundo ou terceiro grau, catarata por trauma, descolamento de retina, perfuração, e dependendo da gravidade, pode ser necessário um transplante de córnea de urgência. Os riscos da cirurgia e a expectativa de melhora da visão dependem da gravidade da lesão.
Em caso de lesão ocular por fogos de artifício, esfrie a ferida com água corrente, em temperatura ambiente, até todo o tecido esfriar e ir à urgência oftalmológica, não tente extrair fragmentos, não fure bolhas, não toque os olhos. O tratamento dependerá da gravidade do quadro, pode consistir em aplicação de pomadas/colírios ou cirurgia.
Para prevenir tais acidentes, o corpo de bombeiros alerta que somente profissionais técnicos habilitados e paramentados com equipamento de proteção individual (EPI) podem manusear artefatos pirotécnicos, mediante autorização de órgãos competentes. Além disso, o artefato não pode ser apontado em direção a outra pessoa, não pode ser segurado com as mãos, só pode ser disparado ao ar livre e longe de crianças e adolescentes.
Dr. Aquiles Gontijo
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