Transtorno do Espectro do Autismo e alterações oculares

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Pessoas com TEA podem apresentar pouco contato visual de acordo com o grau da condição e podem mudar a posição da cabeça na tentativa de enxergar melhor. Foto: Freepik.

Dra. Sarah David Maia (Oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais, especialista em estrabismo e glaucoma).

Estudos indicam que pessoas com transtorno do espectro autista – caracterizado por alterações do neurodesenvolvimento – têm 9% mais chances de desenvolver doenças oftalmológicas, porque as informações são processadas em seu cérebro de forma diferente. Essa disfunção sensorial gera maior sensibilidade à luz e uma predisposição a erros refrativos.

Pessoas com TEA podem apresentar pouco contato visual de acordo com o grau da condição e podem mudar a posição da cabeça na tentativa de enxergar melhor.

Entre os distúrbios oculares mais prevalentes, destacam-se o astigmatismo, estrabismo, ambliopia, nistagmo e neuropatia óptica. Esclarecendo um a um, no astigmatismo a córnea tem uma curvatura assimétrica, por isso a visão é distorcida ou borrada. O estrabismo é marcado por um desalinhamento de um ou ambos os olhos, e se não tratado precocemente, pode gerar danos definitivos à visão.

Também conhecida como “olho preguiçoso”, a ambliopia causa a redução da acuidade visual central em um ou ambos os olhos. O nistagmo consiste em movimentos involuntários e repetitivos do globo ocular, o paciente costuma ter fotossensibilidade, tontura e pode apresentar erros refrativos severos. Por fim, a neuropatia óptica é uma inflamação do nervo óptico que resulta em visão turva e pode levar à perda parcial ou total da visão.

Todas essas condições podem ser tratadas, mas para isso é indispensável o acompanhamento oftalmológico desde os primeiros anos de vida, garantindo o correto diagnóstico e um tratamento precoce.

Além dos problemas oculares, existe uma relação entre o ato de piscar e o transtorno do espectro autista. Um estudo de maio de 2023 investigou se a taxa de piscadas de crianças permitia detectar padrões significativos de atenção.

Os resultados revelaram que crianças com autismo apresentavam diferenças notáveis nos padrões de atenção visual, ou seja, independentemente do tipo do estímulo, os autistas têm menor envolvimento visual.

Dra. Sarah David Maia

Oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais, especialista em estrabismo e glaucoma.

Instagram: @IOMG

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