Algumas doenças oculares são determinadas por herança genética, por isso conhecer seu histórico familiar significa fornecer informações importantes ao seu oftalmologista, em busca de um diagnóstico mais precoce e, consequentemente, um tratamento mais eficaz. Dentre as condições hereditárias, a mais comum é a miopia, que deve atingir 50% da população mundial até 2050, segundo projeções da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O distúrbio caracteriza-se por um globo ocular mais longo, que provoca a focalização da imagem antes que a luz chegue até a retina. O míope consegue enxergar objetos próximos com nitidez, mas enxerga os distantes de forma embaçada. A miopia é bastante comum em asiáticos, podendo chegar a 80-90% da população de alguns países desse continente. Nos Estados Unidos, o distúrbio prevalece em asiáticos (18,5%), hispânicos (13,2%), negros (6.6%) e caucasianos (4,4%).
Óculos, lentes corretivas e cirurgia refrativa são as abordagens mais conhecidas para tratar a miopia. Existe ainda a possibilidade do uso tópico do medicamento atropina durante a puberdade, em uma concentração específica, para tentar evitar uma progressão intensa da miopia, junto à recomendação de não ficar longos períodos na frente das telas a uma distância inferior a 30 cm, e praticar atividades ao ar livre diariamente.
Menos comum que o erro de refração acima, o glaucoma congênito atinge um em cada 1.250 recém-nascidos, sendo mais incidente em meninos, na proporção 3-2. A condição costuma se manifestar entre três e nove meses de vida e seu tratamento é cirúrgico, necessariamente deve ser feito o quanto antes. O glaucoma congênito se dá por uma falha na formação dos tecidos, com alteração do equilíbrio da produção e drenagem do líquido produzido dentro do globo ocular.
Mais raro, o daltonismo é outro problema hereditário, afeta um em cada 12 homens, e uma em cada 200 mulheres, sendo mais recorrente, do mais prevalente para o menos prevalente, em caucasianos, asiáticos, hispânicos e negros. No Brasil, oito milhões de pessoas têm o distúrbio, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). A condição não tem cura e consiste na dificuldade em distinguir o verde do vermelho, ou o azul do amarelo, ou nenhuma cor.
O diagnóstico é feito pelo teste de Ishihara (teste de senso cromático), um exame bem simples com cartões coloridos, com diversos círculos em cores diferentes entre si e um número ou letra em seu centro, que os daltônicos não conseguem identificar. É comum pacientes serem diagnosticados já na fase adulta. A melhora da distinção de cores pode ser obtida com o uso de óculos especiais.