Vilarejos
“Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão…” Vilarejo – Tribalistas
O clima bucólico do interior, a capacidade de encantar os turistas com seu clima calmo e familiar, povo acolhedor e sua cultura sempre presente, faz de Minas Gerais um daqueles destinos charmosos, que sempre está na memória dos viajantes.
Os vilarejos escondidos entre as imponentes serras são destaques e retratam toda essa mineiridade.
Preparamos uma lista com alguns dos vilarejos que estão na Estrada Real e não podem faltar em seu roteiro. Não se espante se em um desses for convidado para um café com broa de milho, um pãozinho de queijo, pois mineiro é assim, não dispensa um bom papo e boa companhia.
Biribiri – Caminho dos Diamantes
Biribiri. Foto: Felipe Marcelo Fernandes Ribeiro.
Fundada no final do século XIX, Biribiri foi uma das primeiras comunidades fabris de Minas Gerais. O povoado cresceu ao redor da Companhia Industrial de Estamparia que existia ali. A fábrica foi desativada em 1876, mas a sua sede, o teatro, a escola, as residências operárias e a igreja dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, que abriga um relógio doado pela Coroa Portuguesa, ainda estão conservadas.
O vilarejo, que é tombado como Patrimônio Histórico de Minas Gerais e está inserido no Parque Estadual do Biribiri, além de sua história, conserva paisagens de beleza cênica, com seus rios de leitos de pedras, formando cachoeiras e atravessando campos, guardando as grandes estrelas do local, as Cachoeiras da Sentinela e dos Cristais.
Com formações rochosas entremeadas de vegetação de campos rupestres, a cachoeira da Sentinela, possui poços de águas cristalinas, formados a partir de uma sequência de quedas, proporcionando deliciosos e relaxantes banhos.

A Cachoeira Cristais é ideal para relaxar e aproveitar o dia. Essa é uma das cachoeiras mais frequentadas pelos banhistas por sua beleza e suas duas quedas d’água, de dois metros cada uma, com diversos filetes e poços d’água, além de uma piscina natural, ideal para um refrescante banho ou um relaxante descanso.

São Gonçalo do Bação – Caminho do Sabarabuçu
Localizado a 14 km da sede Itabirito, São Gonçalo do Bação fica no alto da colina, tendo ao norte o Pico do Itabirito. O conjunto arquitetônico e paisagístico do distrito é composto por uma oferta de atrativos que vão de belas cachoeiras, monumentos religiosos e muros a becos de pedra, chafarizes e casarios, que recontam as histórias do povoado no período aurífero.

São 21 bens culturais que compõem o Circuito do Patrimônio Natural e Cultural de São Gonçalo do Bação, com rotas dos Chafarizes, Becos e atrativos históricos do distrito. Destaque para o Grupo de Teatro São Gonçalo do Bação, reconhecido pela sua importância cultural e social e para o Solar Moura Lima, um rancho de tropeiros em alvenaria de pedras, que foi ampliado e adequado para uso residencial. Atualmente lá funciona o ateliê Memória de Agulha, que salvaguarda tradições através do artesanato, rememorando técnicas de bordados.

As cachoeiras são uma beleza à parte e convidam para trilhas pela natureza e práticas esportivas, como as cachoeiras Benvinda e Três Quedas.
A Benvinda possui uma queda de 30 metros de altura e em seguida vem a Cachoeira Três Quedas, que desce em forma de degraus. Após as quedas a cachoeira continua em corredeira formando piscinas naturais e duchas refrescantes.
A vocação gastronômica do distrito são as cachaças artesanais de alambique, premiadas e de altíssima qualidade.
A cachaça São Gonçalo do Bação é resultado de pesquisa, dedicação e, principalmente, do prazer e paixão na sua elaboração. É destaque o procedimento de fermentação pelo método artesanal, desenvolvendo e utilizando cepa de leveduras da própria cana.
A cachaça Cobiçada de Minas passa por um sofisticado processo de acompanhamento técnico conforme as melhores práticas de fabricação.
Chapada – Caminho Novo
O vilarejo da Chapada, fica há apenas 18 km de Ouro Preto, e é basicamente uma rua só, com casarios, em torno da Capela de Sant’Ana, construída em 1883, e cercados pela exuberante Serra do Trovão. Um típico distrito mineiro, com sua igreja principal que vira ponto de encontro das famílias e amigos.

Sua tranquilidade atrai visitantes que buscam neste local o acolhimento mineiro, muito bem caracterizado por um conhecido morador, o Zé Loreto, cujo torresmo delicia os locais e turistas há mais de 30 anos. O delicioso torresmo do Zé Loreto é um dos atrativos do vilarejo, onde é possível não só saborear, mas também adquirir e levar para casa o famoso petisco.
O torresmo é uma iguaria obrigatória nas mais tradicionais mesas da gastronomia mineira, e a forma de armazenamento do alimento pelo Zé Loreto, é um dos segredos do seu sabor singular, que guarda torresmo em grandes panelas de pedra-sabão, cheias de gordura, assim como faziam seus antepassados.
Iguaria gastronômica com selo de mineiridade.
Cercada de belas montanhas e matas nativas, o vilarejo conta com várias cachoeiras, sendo as mais frequentadas as do Castelinho e Falcão.
A Cachoeira de Castelinho fica cerca de 20 minutos da Capela de Sant’Ana, caminho que é feito por trilha apreciando a bela natureza em volta.
A cachoeira do Falcão, tem uma trilha curta – 10 minutos de caminhada e uma bela queda com cerca de 4m de altura e um poço relativamente raso, ideal para crianças.
Lobo Leite – Caminho Velho
Criado pertencente a Ouro Preto e com a denominação de Soledade, em 1926, começou a se chamar Lobo Leite, e a partir de 1938, passou a pertencer a Congonhas, com a emancipação do município.
Fruto da atividade dos primeiros exploradores de ouro no Brasil, Lobo Leite, tornou-se um lugar charmoso, pitoresco e lindo. Um dos seus marcos é a Igreja de Nossa Senhora da Soledade, que tem um grande significado histórico para a comunidade de Lobo Leite e é tombada pelo IEPHA.
Igreja Nossa senhora da Soledade. Foto: Acervo IER.
O distrito também que foi escolhido em 1874 para receber os trilhos da Estrada de Ferro Dom Pedro II (rebatizada para E. F. Central do Brasil) e sua estação, inaugurada em 1886, atendia o Distrito de Congonhas do Campo e o de Ouro Branco.
Forneceu transporte ferroviário de passageiros à localidade durante o período em que esteve em atividade. A via férrea, que teve diferentes denominações ao longo de sua existência, permanece preservada e em atividade para o transporte de cargas.

Estrada Real: VIVA, EXPERIMENTE, DESCUBRA!
Daniel Magalhães Junqueira
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