Um ano depois de o Brasil enfrentar o primeiro lockdown para conter a transmissão do coronavírus, o Distrito Federal e outros estados voltaram a implementar medidas de restrição à circulação nesta semana. Para muitas pessoas, foi como se estivessem de volta ao passado, vivendo todo o medo e a apreensão que seguiram a chegada do vírus ao país. Não dá para dizer que a situação agora é mais confortável – ao contrário, especialistas têm repetido que este é o pior momento da pandemia no país – mas, o conhecimento científico sobre o vírus e sua transmissão avançaram para termos agora uma margem de segurança um pouco maior sobre nossos hábitos cotidianos.
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Estudos feitos ao longo dos meses que se seguiram mostraram que algumas precauções do primeiro momento não fazem mais sentido, outros confirmaram a importância de cuidados sobre os quais ainda se tinha dúvidas há um ano como, por exemplo, o uso de máscaras. Para amenizar um pouco a dureza do novo momento, saiba o que foi atualizado pela ciência e pela experiência adquirida em um ano de convivência com o Sars-CoV-2:
No primeiro momento da pandemia, as pessoas estavam tão assustadas que evitavam sair de casa para qualquer coisa. O conhecimento científico avançou para indicar que são bastante reduzidas as chances de pegar coronavírus ao ar livre. Pode acontecer? Sim, mas, no geral, o ar dispersa o vírus e a luz solar também é eficiente para matá-lo. Sendo assim, praticar exercícios ao ar livre é relativamente seguro. As atividades, entretanto, devem ser feitas sem a companhia de outras pessoas. Isso porque, se o outro estiver contaminado e for assintomático e a dupla estiver muito próxima, há possibilidade de transmissão. Neste sentido, esportes coletivos, que oportunizam o contato, não são indicados.
Não precisa dar banho em saco de batata-frita
O fechamento dos bares e restaurantes impulsionou novamente os serviços de delivery, drive-thru e take-out. Ao contrário do primeiro bloqueio, neste as pessoas podem ficar mais tranquilas em relação à possibilidade de transmissão via embalagens de refeições ou de produtos adquiridos em supermercados. Em fevereiro deste ano, a agência Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês) e o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) emitiram comunicado afirmando que “os alimentos consumidos e as suas embalagens têm mínima probabilidade de espalhar o Sars-CoV-2”. As autoridades de saúde norte-americanas se basearam em estudos científicos para fazer a afirmação e ressaltaram que a Covid-19 é uma doença respiratória transmitida de pessoa para pessoa e que o contágio via superfícies pode acontecer, mas é raro.
A infectologista Ana Helena Germoglio, do Hospital Águas Claras, lembra que a higienização das mãos é muito mais importante do que a das embalagens. “Ao longo desse último ano, a gente aprendeu que a contaminação por superfície é bem menor do que a de pessoa para pessoa”, garante. O isolamento pode ser amenizado com bolhas sociais A solidão e o adoecimento mental decorrente dela foram temáticas presentes durante o primeiro ano de Covid-19. Com o tempo, os governos passaram a incentivar a criação de bolhas sociais como uma estratégia para não ficar totalmente isolado durante o lockdown.
A bolha social é definida como um pequeno grupo de pessoas que convivem entre si e se responsabilizam em não encontrar com outros indivíduos fora. A saída não garante 100% de segurança, pois quanto maior o número de pessoas do grupo maior é a possibilidade de contatos externos. No entanto, se há confiança e responsabilidade entre os participantes, o método pode ser usado. “Recomendo sempre pesar riscos e benefícios. É super importante manter a saúde mental durante o isolamento mas, se uma pessoa frequentar vários núcleos, ela pode acabar levando o vírus de uma bolha social para outra”, lembra Ana Helena Germoglio.
Estratégias de prevenção combinadas são mais eficientes
No início da pandemia, havia muitas dúvidas entre a população sobre o que funcionaria para prevenir a infecção pelo coronavírus e, até a necessidade do uso de máscaras não era consenso entre as autoridades de saúde pública. Com o passar dos meses, ficou definido que o melhor é combinar as medidas de proteção, numa estratégia de sobreposição para que uma ação complete a outra. Neste sentido, a tríade uso de máscaras, higiene constante das mãos e distanciamento de pelos menos dois metros entre as pessoas é considerada fundamental e deve ser seguida cotidianamente.
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