O sextou dessa semana é mais que especial Lupulados e Lupuladas, afinal é a semana de aniversário deste singelo beersommelier. Quem me conhece sabe que sou daqueles que comemora, e muito, o aniversário e pelo segundo ano consecutivo tive que me privar de reunir familiares, amigos, agregados e quem mais quisesse entrar na Folia. Para compensar então, me dei ao direito de buscar lá na minha seleção especial duas pérolas trazidas diretamente de um mosteiro da Bélgica e degustá-las para contar um pouquinho da história da Westvleteren para vocês.
A mitológica cerveja Westvleteren é fabricada em um mosteiro da ordem trapista (Saiba mais das Cervejas Trapistas clicando aqui), que faz parte de uma congregação religiosa católica formalmente conhecida como Ordem dos Cistercienses Reformados de Estrita Observância (WTF!? Hehehe!). Bom, o importante é que estes monges trapistas fundaram a Abadia de Saint-Sixtus em 1831 e sete anos depois passaram a produzir aquele que viria a se tornar “a melhor cerveja do mundo”.
Uma grande curiosidade da Westvleteren é que durante as Guerras Mundiais, a cervejaria continuou a operar normalmente, mesmo que com capacidade reduzida. Ela foi o único mosteiro trapista a conseguir manter seus equipamentos de cobre durante as guerras de 1914-1918 (1ª Guerra Mundial) e 1939-1945 (2ªGuerra Mundial), uma vez que as demais abadias tiveram seu cobre confiscado pelas forças de ocupação alemãs.
Outro ponto interessante da história da Westvleteren é sua relação com a cervejaria St. Bernardus. Durante a segunda guerra mundial, a fazenda produtora de queijos St. Bernard assumiu a produção da Westvletern para apoiar os monges da Abadia de Saint-Sixtus. Após isso foram 60 anos com o direito de produção, até que em 1992 a parceria acabou e a cervejaria St. Bernardus teve que partir em carreira solo.
Mas após anos de parceria, uso da receita e todo know-how adquirido, muitos dizem que a St. Bernardus Abt. 12, que é produzida até hoje com a receita original de 1946, é exatamente a mesma cerveja da Westvleteren XII, mas possuem apenas os nomes diferentes. E não posso dizer o rótulo porque a Westvleteren não possui rótulos!
E como foi meu encontro de fato com a Westvleteren? Em outubro de 2016 estive na Bélgica e fatalmente um dos objetivos era conseguir chegar nela. E para conseguir, apenas indo na fonte: O Café “In De Vrede”, que fica anexo a Abadia. Concorrido, é um amplo restaurante onde você, além de se encantar com as Westvleteren XII, VIII e Blond, consegue degustar queijos e até sorvetes produzidos na abadia que são de cair o queixo.
Carregar o peso de “melhor do mundo”, falando de qualquer alimento ou bebida, é subjetivo demais, concordam? Ainda mais falando de cerveja, onde existem milhares de rótulos e dos mais variados estilos e qualidades. Mas independente disso, a Westvleteren XII conseguiu ser referência de dois dos mais respeitados sites de avaliação de cervejas no mundo, o Rate Beer e Beer Advocate, ocupando a primeira e segunda colocações, respectivamente.
Ela é uma Belgian Dark Strong Ale, com teor alcoólico de 10,2%. Possui coloração escura, embora não exagerada, e aroma intenso de malte, com caramelo e frutas secas. Com corpo intenso, textura licorosa e cremosa e a carbonatação média, é uma cerveja que permanece na sua boca mesmo após o término de sua degustação. E com certeza fica marcada na cabeça também, porque a impressão que tenho é que meu referencial de cerveja mudou após viver essa experiência.
Da viagem, consegui trazer 12 unidades da Westvleteren XII, 6 da Westvleteren VIII e 1 da Blond, além de uma camisa da “In De Vrede” e quatro taças, das quais três que foram gentilmente presenteadas, uma para meu pai e duas para meu sogro e meu cunhado, companheiros de Confraria. E destas garrafas, duas viraram meu presente de aniversário para escrever esta coluna para vocês!!! Então, parabéns pra mim e Cheers!!!
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