Histórias e memórias permeiam cada canto da Estrada Real. Os caminhos são ricos não só das histórias que contam nos livros, mas daquelas que são passadas no boca a boca por gerações.
As histórias e estórias contadas viram “causos” e por meio da repetição deles que um povo preserva e transmite seus conhecimentos e experiências através das gerações.
No Brasil e pela Estrada Real, os “causos” receberam a influência dos indígenas, dos africanos e dos portugueses e representa uma importante fonte de identidade cultural e social, simbolizando a perpetuação de uma tradição e preservação da memória.
Hoje iremos trazer causos curiosos de algumas localidades da Estrada Real:
A origem do nome Milho Verde
Há duas versões sobre a história de Milho Verde. Uma delas conta sobre a passagem de bandeirantes na região. Depois de muito andar, alguns deles com fome pararam na casa de um habitante local. Este habitante, Sr. Modesto, ofereceu a eles abrigo e a única coisa que tinha como alimento: milho verde.
Em outra versão, contam que apareceu na região, por volta de 1711, um português natural da Província do Ninho. Seu nome, Rodrigues Milho Verde. Esse português veio à procura de ouro e diamante, abundantes nas regiões próximas. Por meio dele, várias pessoas vieram com o mesmo objetivo, formando assim o povoado.
A mulher da rua Direita
Na cidade de Mariana, uma alma penada de uma mulher é vista perambulando pela cidade à noite. Moradores e diversos turistas juram já ter visto a assombração na Rua Direita. Segundo os relatos, a mulher aparece como uma andarilha, de roupas sujas e esfarrapadas. Mas, ao se aproximarem do vulto, a figura se transforma em uma senhora bem vestida e cheia de joias. Pesquisadores do folclore da cidade creem que a mulher possa ser o fantasma de uma senhora rica do século 18.
A lenda da Igreja Nossa Senhora do Rosário
Em Sabará, conta a lenda que a Igreja do Rosário estava no meio de sua construção quando a princesa Izabel assinou a Lei Áurea e libertou os escravos. Com medo da princesa se arrepender e dos senhores não os deixarem ir embora, os escravos saíram correndo em busca da tão sonhada liberdade, deixando a igreja inacabada. Os senhores ricos da época tentaram prosseguir a construção da igreja, mas não conseguiam. Eles ordenavam que subissem algumas paredes durante o dia e as almas dos escravos que haviam morrido durante os 118 anos gastos na construção dessa igreja derrubavam tudo durante a noite.
Cabelos dourados
Conta-se que os escravos, quando trabalhavam na extração do ouro, escondiam parte do pó dourado em seus cabelos. Para retirar o ouro, colocavam os cabelos numa bacia com água e o ouro lá se depositava. Dizem que, dessa forma, muitos escravos compraram a sua liberdade e que Chico Rei conseguiu financiar a construção da Igreja Santa Efigênia, no Alto da Cruz, em Ouro Preto.
O sino condenado
Todos os sinos de São João del Rei têm nome. Em 1930, o Jerônimo, um sino, foi preso e condenado à fundição, porque matou o sineiro com uma pancada. De seu bronze nasceu o Francisco, que badala na Igreja de São Francisco de Assis.
Esses causos são apenas um pedacinho da riqueza cultural da Estrada Real. Venha ouvir e vivenciar essa história! Estrada Real: Uma estrada, seu destino!